Muitos
escritores, poetas, contistas, escrivinhadores de plantão nunca
pararam pra pensar nessa questão. Muito menos lembraram que segunda
feira ( 25/7), foi o dia do escritor. Muitos de nós, passamos a vida
escrevendo e não obtemos nem o reconhecimento, o respeito e muito menos
dinheiro suficiente pra quando chegar a velhice, ou a invalidez e a
incapacidade física de praticarmos o exercício da escrita e
consequentemente podermos ter um fim de vida com dignidade. Acredito que a sociedade brasileira não sabe que esse exercício,
ofício, profissão, só é levada em frente por quem é apaixonado mesmo. É cachaça!
Se não for vício não continua. Como observou espertamente o amigo, cineasta e
historiador, Daniel Porto, quando da ocasião do lançamento do meu terceiro
livro de poesia "Mineral": "..escrever poesia com 20 anos muitos
escrevem, é uma coisa, é até fácil. Quero ver escrever com 40? E eu acrescento.
Quero ver escrever uma vida inteira, sem financiamento, publicando seus
próprios livros, com parcos recursos, ora fazendo uma palestra, uma
oficina, uma tradução, numa luta diária e perene e solitária que é a escrita.
Parece oporturno discutir o tema. O que esperar de um país de heranças
escravocrata, que lê uma média de 2 livros por habitante ( segundo o último
estudo da CBL- Câmara Brasileira do livro , cada brasileiro lê, em média, 1,8
livro/ano - 2008)? O que esperar de um país onde falta grana pra comer e cuidar
da saúde da maioria dos trabalhadores aposentados. E, que vamos falar a verdade,
não dá o devido respeito à aposentadoria da maioria de seus trabalhadores,
quanto mais a profissão de escritor que nem regulamentação tem? O que esperar de um país onde o livro e a
maioria dos escritores tem de ter outra profissão e são tratados como
voluntários ou coisa do tipo? Que muitas
vezes ouvimos: "..convida aí um fulano de tal e dá um café pra ele, aí ele
fala sobre seu livro, faz uma palestra pra gente e fica tudo bem..." .Para
que no fim de nossas vidas não estejamos vendo grandes poetas e escritores em
geral sendo tratados como indigentes ou mesmo passando necessidades econômicas,
nesse país de desmemoriados, é bom ficarmos atentos para a questão. Mário
Prata, o grande escritor brasileiro, levantou essa bandeira ontem na semana do
escritor ( 26/7/2011), de uma maneira oportuna e inteligente com é da sua
pratica. Não vi nenhum político profissional mostrar uma projeto de lei ou
falar do assunto. Escritores de Minas de Drummonds e de Guimarães Rosas, e do
Brasil de Castros Alves e Machados de Assis, Uní-vos!!! Deputados, senadores e
secretários e ministra da cultura, para quem sabe ler um pingo é letter.
Mais
http://sarautropeiro.blogspot.com
Texto:
Ricardo Evangelista BH/MG - 27/7/2011.
Caríssimo! Concordo em gênero, número e grau. Indiquei a página para meus conhecidos artesãos da palavra. Vá e Vença e sucesso para todos nós.
ResponderExcluirAcho que o nosso primeiro desafio, como escritores e cidadãos, é fazer com que a prática da leitura seja ampliada no país. Isso trará benefício para todos, para a população e para os escritores. Feito isso poderemos então começar a almejar um reconhecimento que é mais do que merecido, mas que será sempre sonho em um país cuja população não têm o hábito de ler.
ResponderExcluirExcelente texto. Parabéns.
Um grande abraço,
Átila Siqueira.