sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Sarau de Primavera e plantio de árvores no dia 27/9/12

fotos arquivo Sarau Lagoa do Nado - 2012
Tivemos a honra de receber ontem, dia 27/9/12, os artistas Joilson de Freitas e Amilton Aves. 
Eles também ajudaram a criar o Sarau da Poesia, que este ano comemora 12 anos de lirismo.
fotos arquivo Sarau Lagoa do Nado - 2012

Fizemos o plantio de árvores e á noite soltamos versos floridos, sob a luz linda de uma lua cheia. 
fotos arquivo Sarau Lagoa do Nado - 2012

Estes artistas, são personagens atuantes na cultura da região metropolitana, ativistas da arte e das causas ambientais e humanas há muitos anos. 

fotos arquivo Sarau Lagoa do Nado - 2012
Obrigado lua bonita!
 
fotos de arquivo do Sarua de Poesias 2008

Aproveitem o o Sarau da Lago do Nado, ninguém sabe o que pode acontecer amanhã. . 
Curadoria: Ricardo Evangelista


Valeu, poetas de fina estirpe!!

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Leiam algumas quadras/desafios da aluna Maria Aparecida Rodrigues Gomes ( EJA Lídia Angélica )

Algumas quadras/versos da aluna Maria Aparecida Rodrigues Gomes, que foram lembradas e declamadas na vivência poética OFICINA POESIA FALADA E JOGOS LITERÁRIOS na EJA, E. M. Lídia Angélica, 28/8/2012. Estas quadras surgiram a partir de dinâmicas que trabalham a memória dos alunos. Esta aluna rememorou versos de sua infância e recitou para o grupo. Hoje é uma mãe de família que voltou a estudar depois de muitos afastada da escola.

"Lá de trás daquele morro
tem um prato de biscoito
quem mexer com meu benzinho
leva bala 38

Eu subi no céu em vida
perguntei São Benedito
Será se é pecado
namorar rapaz bonito?

Você diz que bala mata
bala não mata ninguém
a bala que eu sei que mata
é óleo do meu bem.

Minha mãe me xingou feia
Eu xinguei ela bonita
Minha mãe é uma rosa
Eu sou um laço de fita.

Que menino bonitinho
camisinha de amorim
Deus lhe pague a sua mãe
que criou você pra mim.

Lá do céu já vem caindo
três cartinhas de A.B.C
A do meio já vem dizendo
que eu só caso é com você.


Minha mãe me deu uma surra
com cipó de cansação
Eu chorei a noite toda
com a dor no coração.

Minha mãe quando eu morrer
me enterra no chapadão
deixa meus braços de fora
com meu retratinho na mão.

Quem quiser cantar comigo
lava a boca com sabão
Com a boca sem lavar
pois você não canta não.

Lá de trás daquele morro
tem um pé de pimentinha
todas as vezes que eu passo lá
eu pego uma madurinha.

Menino dos olhos verdes
olhos verdes matador
Se eu morrer por esses dias
foi seus olhos que me matou."

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Era manhã de setembro - Carlos Drummond de Andrade

Era manhã de setembro
e
ela me beijava o membro.
Aviões e nuvens passavam
coros negros rebramiam
ela me beijava o membro.
O meu tempo de menino
o meu tempo ainda futuro
cruzados floriam junto
Ela me beijava o membro
Um passarinho cantava,
bem dentro da árvore, dentro
da terra, de mim, da morte
Morte e primavera em ramo
disputavam-se a água clara
água que dobrava a sede
Ela me beijando o membro
Tudo o que eu tivera sido
quando me fora defeso
já não formava sentido
Somente a rosa crispada
o talo ardente, uma flama
aquele êxtase na grama
Ela a me beijar o membro
Dos beijos era o mais casto
na pureza despojada
que é própria das coisas dadas
Nem era preito de escrava
enrodilhada na sombra
mas presente de rainha
tornando-se coisa minha
circulando-me no sangue
e doce e lento e erradio
como beijava uma santa
no mais divino transporte
e num solene arrepio
beijava beijava o membro
Pensando nos outros homens
eu tinha pena de todos
aprisionados no mundo
Meu império se estendia
por toda a praia deserta
e a cada sentido alerta
Ela me beijava o membro
O capítulo do ser
o mistério do existir
o desencontro de amar
eram tudo ondas caladas
morrendo num cais longínquo
e uma cidade se erguia
radiante de pedrarias
e de ódios apaziguados
e o espasmo vinha na brisa
para consigo furtar-me
se antes não me desfolhava
como um cabelo se alisa
e me tornava disperso
todo em círculos concêntricos
na fumaça do universo
Beijava o membro
beijava
e se morria beijando
a renascer em dezembro

6B - As Árvores de Arnaldo Antunes e Jorge Ben Jor.

VELHAS ÁRVORES - Olavo Bilac.wmv

Meninos - Juraildes da Cruz



     
Sarau especial de Primavera, dai 27/9/12, às 19 h, na Lagoa do Nado-BH/MG. Curadoria: poeta Ricardo Evangelista.

Riacho de Areia-Beira-Mar, por Dércio Marques (05/04/2012)



   

No dia 27/9/12, às 16:30h , tem o plantio das árvores, em homenagem aos poetas e demais artistas que passaram pelo Sarau de Poesias, nestes 12 anos de lirismo da nossa Lagoa do Nado. Venha e plante sua história!!

[Quando vier a primavera,], Alberto Caeiro - Valdemar Santos

Primavera - Vinicius de Morais

terça-feira, 18 de setembro de 2012

“UM POEMA MATUTO DE POMPÍLIO DINIZ”

Seu dotô, pras nossas banda,
Quando é tempo de inleição
Os candidatos é quem manda
Dá comida e condução…
E todos que vão votar
Come inté arripuná
Carne de porco e pirão.
Aqui só tem dois partido
O governo e a opusição
O resto é desconhecido
Que o cabra queira ou qui não
Tem qui iscuiê um dos dois
Pra puder votar, dispois
No dia da inleição.
Porém nenhum deles presta
Nem se conhece esses home.
Também nós vamo é pra festa
Tira a barriga da fome.
Dispois, votá pru votá
Do voto que a gente dá
Só se aproveita o que come.
Foi purisso qui Vicente
Nesta última inleição
Cumeu de ficar doente
Carne de porco e pirão
Sarapaté e chouriço
E depois cum sacrifiço
Foi votar na opusição.
E quando chego na hora
Dele ir pras urna votar
O pobe quis ir lá fora
Pra puder se aliviar
Mas o tá do presidente,
Começou a chama Vicente
E mandou logo ele entrá.
E dixe pra ele: assine
Seu nome nesse papé
Dispois entre na cabine
E vote lá em quem quisé
Num percisa afobamento
Mas num demore lá dento
Pru que os ôto também qué.
Aí Vicente assinô
O qui tinha de assiná
E se torcendo de dor
Sem puder mais nem falá
Mostra o tito se privine
Fecha a porta da cabine
E, aí, começa a votá.
Lá na mesa o presidente
Mandando o povo calá.
Toca a esperá pru Vicente
Toca Vicente a custá
Já fazia meia hora
E o pessoá lá de fora
Se danô a reclamar.
Diz um fazendo chacota
Seu fiscá, oi a demora
Esse home vota ou num vota
Diz ôto. Vamo imbora
A urna é só pra Vicente
O peste do presidente
Num bote o homem pra fora.
E pra num havê revorta
Foi de pressa o presidente
Batê cum força na porta
Da cabine do Vicente
Dispois de muitas batida
Uma voz grossa, isprimida
Falô de dento: – Tem gente!.

Pru Que? - Rolando Boldrin - Sr. Brasil 07/07/2011

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

domingo, 2 de setembro de 2012

OFICINA DE POESIA FALADA E JOGOS LITERÁRIOS

Saciólogo em ação - arquivo Sarau Tropeiro 2012
Sobre a vivência poética: Acredito que foi uma grande oportunidade dos alunos de perceberem que a poesia está não só no papel, na escrita, mas em toda parte. Essa vivência poética é uma forma de ajudar as pessoas a perceber o mundo não só pela razão (como somos bombardeados a pensar todos os dias), mas também pela sensibilidade. Com a oficina abre-se para o aluno um novo horizonte para ele perceber a poesia em seu dia-a-dia, além de olhar para o livro e perceber que ele é muito mais que um objeto e sim uma ponte para novos saberes e sabores.
Saciólogo em ação - arquivo Sarau Tropeiro 2012


A turma só tem a te agradecer e para isso resolveu fazer duas trovinhas como forma de agradecimento:

"Obrigado Ricardo Sociolouco
Alegria nos proporcionou
Você é um grande caboclo
Em nosso coração ficou."

"Obrigado seu poeta
por tudo que nos diz
por isso cumpriu a meta
de nos fazer feliz".

Por prfessora Valéria Oliveira, sobre OFICINA DE POESIA FALADA E JOGOS LITERÁRIOS, para EJA, E. M. Lídia Angélica, 28/8/2012,