quinta-feira, 26 de junho de 2014

2ª Copa Poética

Novidades: Participaremos do Programa Brasil das Gerais, apresentado pela jornalista Roberta Zampetti, quando iremos tratar sobre "2ª Copa Poética". Dia 01/07/2014, terça-feira, no ar, ao vivo, às 20:00 até 21:00. O programa será exibido ao vivo, pela Rede Minas, e também pela internet www.facebook.com/brasildasgerais e no site da emissora - (www.redeminas.tv/brgerais). Após a exibição (alguns dias depois), o programa ficará disponível no youtube (www.youtube.com/brasildasgerais).

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Agenda de julho 2014 Sarau Tropeiro



Confirmado: Sarau Tropeiro faz show de lançamento do cd "Rastro" e livro "Em ponto de bala". Local : Ipoema/Itabira, dia 12/7 20 h ( homenagem ao aniversário de 1 ano da capital do tropeirismo de Minas - 40º FESTIVAL DE INVERNO DE ITABIRA ( 1 ano de capital mineira do Tropeirismo , na "Roda de viola") . Show na CASA KUBITSCHEK/BH , dia 18/7. 19:30h ( homenageia 70 anos Paulo Leminski com sarau performático literário cancional, aberto ao público ). Vamos comemorar 10 anos de estrada acompanhados dos músicos ( André Varogh cajón/violão de 7 e José Geraldo na sanfona )

quinta-feira, 19 de junho de 2014

2ª Copa Poética

Chega lá pra ver, ouvir, falar e pintar o 7(0) com a gente:
Dias 24/06 - 9:30 h - CC São Bernardo; 25/06 - 19h - Jardim Guanabara; 26/06 – 19 h Centro Cultural lagoa do Nado. Performance poética Paulo 70 Leminski com o poeta performer Ricardo Evangelista e sarau aberto ao público com competição de poesia lida e falada. Atividade de poesia com grafite ( criação de painel/mural/grafitagem de poesias de Paulo Leminski ). No dia 25/6, 19h, teremos como convidado especial o grafiteiro fera Douglas ( DGS ) Ricardo, dando as manhas da estética visual.

sábado, 14 de junho de 2014

Sobre o barrete vermelho do saci

O barrete do saci
Luís da Câmara Cascudo
Em 1917 publicaram em São Paulo, O saci pererê, resultado de um inquérito. O inquérito fora feito no estado de São Paulo. Depoimentos inúmeros evocaram o saci unípede, pretinho, com um só olho, atrapalhando todas as coisas vivas, assobiando e assombrando. Um traço característico era a carapuça vermelha que o usa o saci no cimo da cabecinha inquieta. Essa carapuça é encantada. Faz o saci ficar invisível. Todas as "forças" vêm desse barrete. Quem lho arrebatar terá direitos completos sobre o negrinho poderoso. Poderá exigir o que quiser. O saci dará riquezas, poderios, grandezas, para que lhe restituam a carapuça. O sr. Luís Fleury, de Sorocaba, prestou depoimento dessas tradições. Narrou que o saci fizera aparecer um monte de moedas de ouro para receber seu barretinho. O ouro sumiu-se porque o viajante esquecera de benzê-lo (Inquéritos, 180).
Essa carapuça é vermelha e pontiaguda.
Em Portugal o fradinho da mão furada e o pesadelo têm coberturas idênticas. O saci brasileiro tem a mão furada como o símile português.
J. Leite de Vasconcelos informa sobre o assunto: "O fradinho de mão furada entra por alta noite nas alcovas, e pelo buraco da fechadura da porta. Tem na cabeça um barrete encarnado, escarrancha-se à vontade em cima das pessoas e a ele são atribuídos os grandes pesadelos. Só quando a pessoa acorda, é que ele se vai embora... O pesadelo é o diabo que vem com uma carapuça e com uma mão muito pesada. Quando a gente dorme com a barriga para o ar, o pesadelo põe a mão no peito de quem dorme e não deixa gritar. Se alguém lhe pudesse agarrar na carapuça, ele fugia para o telhado, e era obrigado a dar quanto dinheiro lhe pedissem, enquanto não lhe restituíssem a carapuça". (Tradições populares de Portugal, p.289-290).
Carapuças que dão invisibilidade são comuns nos contos europeus, e Saintyves recenseou-se magnificamente. Há inicialmente o elmo de Perseu que o tornou invisível aos olhos das górgonas.
Há um elemento de possível convergência em Portugal. É o pretinhodo barrete encarnado que aparece em Lagoa e Estombar e que Teófilo Braga diz aparecer à hora de maioir calma, entidade graciosa, fazendo figas e pirraças às crianças para as enraivecer (O povo português etc., v.2, p.152). Um dos nomes do demônio nos contos de Espanha refere-se a um "gorro colorado"; habia un hombre con un gorro colorado, que era el diablo (Auréliio M. Espinosa, Cuentos populares españoles, v.2, nº 117). Em Portugal, o diabo também é chamado "o da carapuça vermelha" (J. Leite de Vasconcelos, Tradições etc., p.312).
Era crença em Roma que os incubos, certos fantasmas opressores, apareciam com carapuças vermelhas na cabeça e quem as arrebatasse teria riquezas sem fim. No Satyricon, de Petrônio, há um trecho denunciador dessa superstição. Conversam no banquete de Trimalchion sobre um conviva que antigamente era carregador de lenha e subitamente enriquecera. Dá-se a explicação: "Afirma-se, para mim ignoro se o fato é verdadeiro mas tenho ouvido falar, que ele teve ultimamente a habilidade de apoderar-se do chapéu de um incubo e encontrou um tesouro". Petrônio escreveu: "quum modo incuboni pileum rapuisset, thesaurum invenit (cap.37). O chapéu do incubo era o pileum, incuboni pileum.
O pileus era uma carapuça de forma oblonga, de cor vermelha comumente e popularíssimo em Roma. Tão popular e abundante o seu encontro nas ruas e no circus que Martial congnonimou a capital do Império Pileata Roma (Epigramas, 11, 6). Era o legítimo e mais tradicional símbolo popular da liberdade. É a origem do barrete frígio, tornado posteriormente a imagem da liberdade individual e coletiva, materialização do governo republicano. Os Dióscuros, Castor e Pollux, usavam pileus e Catulo os chamava pileatis fratribus (37). Lembrava o pileus as extremidades do ovo em que tinham vindo ao mundo.
O pileus posto na cabeça de um escravo era a libertação. Ad pileum servi vocati sunt era a fórmula popular de dar-se a alforria. "Chamar ao Pileus" era sinônimo de manumissão. Petrônio descreve uma dessas cerimônias no Satyricon (cap.41). No banquete de Trimalchion um javali inteiro, assado, enfeitada a cabeçorra com um pileus, apareceu, magnitudinis aperpileatus. Um escravo de nome Bacus foi alforriado por Trimalchion. Imediatamente o escravo arrebatou o pileus ao javali e pôs na cabeça o ambicionado barrete;  Puer detraxit pileum apro, capitique suo imposuit.
A carapuça do saci pererê é justamente o pileus romano.
Significaria que o pretinho é livre para importunar a paciência alheia e ligado a idéia do encantamento, da força misteriosa dos talismãs. Converge ainda a cor vermelha, sugestionadora e com séculos de significação sagrada.
Dar-se-ia no Brasil a colocação do barretinho na cabeça do saci? Em Portugal há o negrinho-do-barrete-vermelho e a tradição peninsular diabólica do gorro vermelho na sinonimia infernal. Há igualmente o ciclo do chapéu mágico na literatura oral européia e clássica. Os escravos africanos teriam a imagem do "fez" vermelho? Nenhum trouxe para o Brasil. Os negros muçulmanos usavam, quando podiam usar, formas primárias de turbantes, gorros feitos com toalhas enroladas em maneira em rodilha, e os torços, espécie de turbante em sua velocidade inicial e simples.
O chapéu do saci pererê é o pileus, europeu e molhado com as águas da feitiçaria, da bruxaria, da superstição romana, espalhada por este mundo de meu Deus...

(Cascudo, Luís da Câmara. Anúbis e outros ensaios: mitologia e folclore. Rio de Janeiro, Funarte, 1983)

Fonte: http://www.jangadabrasil.com.br/revista/agosto69/pn69008b.asp
Jangada Brasil
www.jangadabrasil.com.br

Respota ao Racismo de alguns atletas da Espanha

Esta copa está mesmo catártica. Algo de bom há de vir. Taí a origem racista colonizadora que (de)formou a mentalidade da maioria da elite brasileira racista que há 500 anos mandava nessa terra e jogava o "lixo" do racismo pra debaixo do tapete persa. Lições de quem não sabe perder. que desenha, ou deu pra entender agora? Nosso veneno-remédio passando o Brasil a limpo: o futebol. #Eu sou mais Garcia Lorca

Homenagem de Carlos Drummond de Andrade a poeta espanhol Federico Garcia Lorca


Sobre teu corpo, que há dez anos
se vem transfundindo em cravos
de rubra cor espanhola,
aqui estou para depositar
vergonha e lágrimas.


Vergonha de há tanto tempo
viveres — se morte é vida —
sob chão onde esporas tinem
e calcam a mais fina grama
e o pensamento mais fino
de amor, de justiça e paz.

Lágrimas de noturno orvalho,
não de mágoa desiludida,
lágrimas que tão-só destilam
desejo e ânsia e certeza
de que o dia amanhecerá.
(Amanhecerá.)

Esse claro dia espanhol,
composto na treva de hoje
sobre teu túmulo há de abrir-se,
mostrando gloriosamente
— ao canto multiplicado
de guitarra, gitano e galo —
que para sempre viverão
os poetas martirizados.

(In: Fazendeiro do Ar & Poesia até Agora - 1954)

domingo, 1 de junho de 2014

CD Rastro - Sarau Tropeiro comemora 10 anos de estra



Capa do segundo cd do Sarau Tropeiro denominado "Rastro" , 10 anos de estrada. Tem a participação luxuosa de Walmir Ribeiro, Mestre Linguinha, Black Pio Taquinho Costa, Dokttor Bhu, Sal Ribeiro, Andre Varog, Daniel Pisaduras, Ezequiel Neves - todos do vetor norte da capital. A criação da capa é de autoria da minha sobrinha linda Nina Soares). O show de lançamento está aguardando patrocínio. A curiosidade deste trabalho é que primeiro nasceu o show com as canções e depois gravamos em estúdio Muita percussão e violões e violas. Feito com carinho. Constando a canção "O Trem", presente na Coletânea do Programa Música Minas da SIM e Secretaria de Cultura de MG ( 2012). Gratidão a todos os parceiros! Nòis enverga, mas não quebra! Os interessados em comprar o novo cd "Rastro" do Sarau Tropeiro, que comemora 10 anos de estrada e pronto pra esquentar a fogueira junina. :
Para comprar nossos CDs ou livros, envie-nos um e-mail dizendo o que deseja ( ricardoevangeli@gmail.com ). Logo você receberá em seu e-mail as instruções para efetuar o pagamento (via depósito bancário ou transferência). Ao confirmar (por e-mail) o depósito do valor dos discos mais a taxa de entrega, enviaremos imediatamente os CDs.
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