Por Marcos Fabrício Lopes da Silva, poeta, jornalista e doutorando em literatura pela UFMG.
Os amargos alegam que o jogo é só mais
uma alienação. Os doces comprovam que o jogo se desenha como forma divertida de
saborear o mundo. Achados pedagógicos buscam essa energia. É o caso do “jogo da
velha literata”, do “quebra cabeça de trova” e de outras traquinagens boladas
pelo poeta, educador e saciólogo Ricardo Evangelista.
Foto por Lucas Quites - |
Em demonstração para
Escola Municipal Hélio Pellegrino, foi possível acompanhar a montagem rítmica
proposta pela gurizada que se permitiu a poetizar em um dia bastante ensolarado
de ideias e sentimentos, na Lagoa do Nado. Entre o “X” e “O” do jogo da velha
convencional, outras letras entraram na roda, permitindo o reconhecimento do
alfabeto “brincando” e a sonoridade das palavras “encantando”. Aquele
quebra-cabeça sem saída se transformou em estradas infinitas pela fantasia
aflora. O movimento poético desta sintonia literária se apresenta como um
exemplo rico que transcende as páginas de Homo ludens (1938), escrito por Johan
Huizinga, e se envereda antropoligacamente nas lições de Roberto DaMatta e Elena
Soáres, presentes em Águia, burros e borboletas (1999).
Texto na íntegra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário