Mata-se no Brasil do PIB
Mata-se no Brasil dos pobres mortais
Mata-se o Brasil no desvio da verba
Mata-se na fila dos hospitais
Prende ladrão de galinha
Prende professor em greve
Mas não prende mineradores poluidores.
Mata-se no Brasil do Oiapoque aos seringais
Mata-se o Brasil quando enche a mala e a
cueca
Mata-se no Brasil das rodovias nacionais
Mata-se o Brasil com propina e licitações
ilegais
Prende o Brasil da bolsa escola
Mas não prende o Brasil de quem embolsa mais
Como o Brasil dos barões gabirus rurais.
Mata-se no Brasil de escopeta
Mata-se o Brasil de peculato
Mata-se no Brasil das tragédias pluvi e fluviais
Mata-se o Brasil de estelionato
Prende o Brasil da bolsa escola
Mas não prende o Brasil das falcatruas deputadais
Como o Brasil dos doutores tais.
Mata-se no Brasil de Rossi e de Taurus
Mata-se o Brasil de nepotismo
Mata-se no Brasil com armas intercontinentais
Mata-se no Brasil dos pampas e nos pinheirais
Mas não mata o Brasil de toga e patente
Por aqui tem gente e aquela gente VIP acima
da gente
Por aqui a cor do colarinho tem costas
quentes
E diz quem morre e quem vive antecipadamente.
In: Em Ponto de bala, no prelo, por Ricardo Evangelista.
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